Cada um de nós cria a sua experiência da realidade nesta vida, não só ao nível da personalidade, mas também ao nível da espiritualidade. Por outra palavras, a um nível inconsciente podemos "escolher" certas circunstâncias e experiências necessárias ao nosso crescimento e desenvolvimento.
O processo nem sempre é fácil ou compreensível ao nível da personalidade, por exemplo o nosso inconsciente pode, em determinadas circunstâncias, escolher uma doença ou outro aparente contratempo como a forma mais eficaz ou mais rápida de nos fazer aprender, crescer e evoluir.
Para utilizar de modo construtivo, o principio do espelho da consciência, temos primeiro que perceber a diferença entre responsabilidade e culpa. É frequente atribuirmos aos outros ou às cisrcunstâncias, a razão das nossas dificuldades, ou seja, atribuímos ao mundo exterior a culpa dos nossos problemas.
Há também muitas pessoas que quando assimila a ideia que é responsável pela sua vida, começa a considerar-se culpada pelos problemas que existem na sua realidade. Por exemplo, quem tiver uma doença pode perguntar-se: "Que foi que fiz de mal para ter criado esta doença? Se fosse uma pessoa mais consciente não adoecia!" Se a crise for financeira, raciocina: "O Universo é riquissimo, portanto eu devia ser capaz de criar prosperidade na minha vida. Devo ter feito alguma coisa muito má, ou falhei em algum ponto, para viver na pobreza."
Estas auto-recriminações não têm nada a ver com assumir responsabilidade da sua própria vida. Pelo contrário são auto-acusações, culpabilizações que deturpam um principio positivo. Uma caracteristica da culpabilização que nos desencoraja de avançar.
Culpabilizar é partir do principio negativo que alguma coisa má ou errada está a acontecer e portanto alguém é culpado.
Ser responsável, pelo contrário, exige que se encare cada situação como uma experiência de aprendizagem potencialmente valiosa: trata-se de aprender a apreciar a realidade que criámos, considerando os problemas dessa realidade como exercicios que podem ajudar-nos a crescer e a evoluir.
Não é culpa nossa a maneira como a vida se desenrola. A evolução processa-se de forma natural. Fizemos o melhor que sabíamos fazer na altura. Em cada momento, temos apenas um conhecimento limitado acerca das nossas vidas, e só podemos tomar opções e decisões com base nesse conhecimento. A culpabilização é uma atitude estática, imobiliza-nos, impede-nos de avançar, enquanto a responsabilidade é dinâmica, é a própria essência da evolução.
Escolher ser responsável é dizer: "Sim, sou um ser forte e criativo, que cada dia que passa, com cada experiência aprende a criar. Agora que vejo e aprecio o que criei, como posso aprender com a minha realidade, purificá-la e aperfeiçoá-la?"
Shakti Gawain