A doença não é necessariamente uma ocorrência negativa, embora assim possa parecer. Como tudo resto que nos acontece, é uma oportunidade para aprender e crescer e aprofundar a nossa experiência e conhecimento.
Por muito difícil que possa ser a sua aceitação, qualquer sofrimento pode ser visto como uma dádiva, uma oportunidade de olhar para nós mesmos e para as nossas vidas e aprender alguma coisa. Representa uma possibilidade para uma mudança verdadeira.
Um sofrimento pode servir uma função de importância vital para nós. Muitas pessoas que se conduzem com dureza não aprendem a moderar-se antes que uma doença as force a isso. Essa doença pode salvar a sua vida ou melhorar amplamente a sua qualidade.
O modo mais construtivo e eficaz de lidar com um sofrimento é reconhecer que o tem e não tem "culpa" de o ter, mas deseja usar a experiência para aprofundar e expandir a sua consciência.
Claro que, geralmente, na altura, não parece uma oportunidade de mudança e crescimento. Muito provavelmente é doloroso, assustador, confuso, desencorajante. Parte do processo de cura é dar-nos a oportunidade de experimentar esses sentimentos.
Não se pense que toda a doença se destina a ser curada e que falhou se não conseguiu curar-se. Algumas doenças ficam connosco como mestres e como advertências.
Obviamente, com uma doença ou um acidente a ameaçar a vida, o processo de crescimento é amplamente intensificado. Muitas pessoas acham que uma doença crítica as leva a enfrentar maiores problemas e, através deste confronto maior consciência de mudança.
Algumas doenças estão aqui para ajudar a pessoa a transitar para outro plano de existência. De novo, temos que tomar cuidado para não nos julgarmos, a nós ou aos outros, por termos uma doença grave ou por qualquer dos resultados que lhe seguem.
Precisamos de compreender que a morte pode ser uma escolha legitima e positiva, não um fracasso na cura.
Quem somos nós para julgar a jornada da nossa alma ou da de outra pessoa?
Shakti Gawain
